terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Resposta aos que maltratam,abandonam e matam animais.


“Eu me dei conta de que cada vez que um de meus cachorros partem,
eles levam um pedaço do meu coração com eles.
Cada vez que um cachorro novo entra na minha vida,
ele me abençoa com um pedaço do coração dele.
Se eu tiver uma vida bem longa, com sorte,
todas as partes do meu coração serão de cachorro
e então eu me tornarei tão generoso
e cheio de amor como eles.”



(Autor desconhecido)




Apresentando a vcs meus anjos
"Branca",encontrei quase morta há 14 anos,
e minha pintcher "Suri",tem 5 anos
Gostaria de viver num mundo melhor
em que seres que se dizem "humanos",fossem realmente

domingo, 18 de dezembro de 2011

Eça de Queiros,trecho da carta do Primo Basilio


"... tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente!
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades,
e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas,
como um corpo ressequido que se estira num banho tépido;
sentia um acréscimo de estima por si mesma,
e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante,
onde cada hora tinha o seu encanto diferente,
cada passo condizia a um êxtase,
e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Pertencer


"Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes.
E uma alegria solitária pode se tornar patética.
É como ficar com um presente todo embrulhado
com papel enfeitado de presente nas mãos
- e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o!
Não querendo me ver em situações patéticas e,
por uma espécie de contenção,
evitando o tom de tragédia,
então raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos."


Clarice Lispector

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Usando borboletas


A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como
sou - eu não aceito.

Não agüento ser apenas um
sujeito que abre
portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que
compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.

Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.


Manoel de Barros

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Desassossego




Não sei sentir.
Não sei ser humano.
Não sei conviver de dentro da alma triste,
com os homens,
meus irmãos na terra.


Não sei ser útil,
mesmo sentindo ser prático,
cotidiano, nítido.


Eu vi todas as coisas
e maravilhei-me de tudo,
mas tudo ou sobrou ou foi pouco.

Não sei qual, e eu sofri.
Eu vivi todos os pensamentos,
todas as emoções,

todos os gestos
e fiquei tão triste
como se tivesse querido vivê-los e não conseguisse.


Amei e odiei como toda gente,
mas para toda gente
isso foi normal e instintivo.

Para mim sempre foi a excessão,
o choque, a válvula, o escape.


Não sei se a vida é pouco ou demais pra mim.
Não sei se sinto demais ou de menos.


Mas seja como for, a vida,
de tão interessante que ela é a todos os momentos,
a vida chega a doer, a cortar, a roçar, a ranger,

a dar vontade de dar pulos, de ficar no chão,

de sair para fora de todas as portas,
de todas as casas e ir ser selvagem,
entre árvores e esquecimento.



Fernando Pessoa

adaptado do livro "Desassossego"

domingo, 11 de dezembro de 2011

PROTESTO

MEUS SEGUIDORES SIMPLISMENTE DESAPARECEM,
EIIIITA BLOGGER,...
OQUE ACONTECE?
É LOGO QUE EU DESAPEGO......

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Poema em linha reta


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.


E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,

Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,

Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;

Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,

Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!


Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!

E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?

Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.



Fernando Pessoa